Consciência, Tempo e Realidades Alternadas

Elen Nas – Watercolor “Living in the Clouds”

Os robôs começaram a ser treinados no aspecto básico da consciência: estar ciente de sua própria existência. A Inteligência Artificial passou a ser treinada para sonhar, ou seja, ‘imaginar’ cenários alternativos para ganhar experiência ‘fenomenológica’ e estar mais preparada para tomar decisões.
Uma vez que as decisões de IA podem impactar muitas vidas, desde assistência médica até a aplicação da lei ou veículos autônomos, investigações para descobrir possíveis padrões de consciencia estão em demanda.
O cerne da discussão filosófica separa a visão dualista (divisão mente-corpo) da monista, que inclui idealismo e materialismo entre outras bifurcações.
Os idealistas podem questionar a própria realidade alegando que a criamos a partir das perspectivas que somos treinados para ver, o que nos parece plausível ou o que queremos ver.
Os materialistas tentam explicar a consciência pelos parâmetros científicos já conhecidos, desde os processos bioquímicos até o uso de qualquer outra medida (a algorítmica também pode ser considerada).
Para a pesquisa que estou propondo, uma perspectiva fisicalista (que também é materialista e monista) está mais próxima porque buscar padrões por meio do EEG apoiado em outras medidas – analógicas e digitais – é buscar o conhecimento de aspectos físicos tão complexos quanto a própria consciência.
Conseqüentemente, uma perspectiva fisicalista também pode ser alimentada por um idealista e vice-versa.
Considere, por exemplo, a ideia de tempo. A consciência é uma multicamadas de sons, imagens, memórias e está constantemente evocando tempos diferentes: o agora, um minuto atrás, horas atrás, horas no futuro, dias e anos no passado, perspectivas do futuro. Imaginação, subconsciente, inconsciente, fantasias, intuições, reflexos do instinto.
Vivemos muitas vidas a cada segundo. Em conceito, comecei a desenvolver, a Bioética da Não-Presença, onde menciono as bases filosóficas mais influentes da ciência ocidental moderna como a interessante distinção entre Ato e Potência ensinada por Aristóteles.
As realidades alternadas estão presentes em cada momento como um vir-a-ser que existe em potencialidade em cada respiração e passo que damos.
Podemos então acreditar que realidades simuladas como IA são expressões de potencialidades. O que já foi imaginado e, portanto, incorporado aos nossos desejos.

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