Macacos, Ciborgues e Mulheres: a Reinvenção da Natureza

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Ciência: descoberta ou invenção? A coleção de ensaios de Donna Haraway tem vinte e seis anos de idade, mas suas opiniões sobre ciência, tecnologia e o papel do gênero nessas categorias são ainda atuais, valiosas, e mesmo fascinantes.

O ensaio mais famoso, “Manifesto Ciborgue”, tornou-se um marco na teoria pós-feminista e estudos sobre cibercultura. A maior parte de seu trabalho trata da crítica da natureza como uma categoria universal e ela mostra que as pesquisas científicas quase sempre são baseadas em pressupostos que apenas refletem a ideologia dominante.

Ela cita como exemplos as teorias da sociedade animal e humana baseadas nas distinções sexuais e na reprodução. Elas têm sido poderosas crenças que legitimizam uma necessidade natural de agressão, competição e hierarquia. (página 21)

Neste sentido, ferramentas capazes de renomear os seres, como “ciborgues” sugerem  reinterpretação e podem levar a resultados totalmente diferentes.

O exemplo de Haraway da reinterpretação do uso de ferramentas em chimpanzés questiona a legitimação evolutiva da agressividade e dominação masculina (alfa) e, ao mesmo tempo, permite mais opções de desenvolvimento: “O futuro se baseia em um novo passado”. (p.41)

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De acordo com a Haraway, não é apenas ciência que precisa ser revisada, mas também nosso conceito geral de natureza. 
Ela desafia as críticas das feministas da ‘segunda onda’ alegando que as feministas devem criar solidariedade e encontrar um terreno comum não baseado em sua identidade mútua (como mulheres), mas sim em sua afinidade mútua.  Sendo a afinidade, uma relação não pelo sangue (raça, gênero, etc.), mas pela escolha. (esse artigo é uma tradução resumida e adaptada de
Como a autora sugere, a internet é um campo aberto para sintonizarmos nossas afinidades, fortalecermos nossas ideias, mensagens e buscas. Essa busca é por felicidades que não sejam “seletivas”, mas compartilhadas 😉
As imagens são: no alto, aquarela da Série “Overture” e, acima, um dos painés de 2m, utilizando nanquim e acrílica, colagens sobre partituras, da Exposição “Lirismo na Rua” (2014)   
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